terça-feira, 28 de junho de 2011

All of the Lights - Evento de Hip Hop



A sua festa mensal de hip-hop chegou:

BLACK ALIEN

MSÁRIO (Lançando a #PlayBeckMixtape)

Discotecagem: THIAGO DEEJAY e M.SP ROOTS

A ALL OF THE LIGHTS é uma festa de hip-hop organizada por pessoas ligadas ao hardcore, seria aquilo que os Fugees chamavam de "hardcore hip-hop", traduzido mais ou menos como "hip-hop cabuloso", hip-hop do sk8, hip-hop 90s, 80s, underground, bate-cabeça, rap pra ficar à vontade. Com residência de Thiago DJ, e da crew M.SP Roots, a AOTL finca a bandeira uma vez por mês no Inferno Club com shows de nomes que estão se destacando na atual cena do hip-hop brasileiro.

Nessa edição teremos MSÁRIO, o MC do PENTAGONO lançou seu primeiro trabalho solo em 2011, a #playbeckmixtape, e apresenta ao vivo as musicas desse novo trampo. E direto do Rio de Janeiro, sem duvida um dos maiores nomes do rap nacional: BLACK ALIEN. O ex-integrante do Planet Hemp desembarca em grande estilo na ALL OF THE LIGHTS de Julho para mostrar ao vivo os sons do seu disco solo de 2004 (Babylon by Gus – Vol. 1: O Ano do Macaco).

Vale muitoooo a pena comparecer! Confirme sua presença.

SERVIÇO

ALL OF THE LIGHTS - 08 de JULHO - Sexta - 23h30

Local: Inferno Club - Rua Augusta, 501

Entrada:

- ATÉ A 01h00

R$20 (com lista - nomes para: lista.lights@gmail.com)

R$25 (sem lista)

- DEPOIS DA 01h00

R$30

Fonte: Site www.lastfm.com.br

terça-feira, 31 de maio de 2011

Festa do Teatro 2011


Para os amantes de teatro uma ótima notícia!

Em sua 3ª edição a Festa do Teatro está totalmente estrondosa e promete repetir o sucesso das edições anteriores. Serão distribuidos 40 mil ingressos gratuitos para produções teatrais que poderão ser vistas na cidade entre os dias 03 e 12 de junho.

A abertura inicia nesta quinta-feira (02/06), a partir do 12h no Vale do Anhangabaú e contará com a apresentação da Cia Base, que irão realizar números aéreos em um balão a 30 metros de altura. Uauuuuuuuuuuuuuuuu!

O diferencial deste ano é a apresentação de espetáculos infantis nos CEUS da Prefeitura, além de sessões com áudio-descrição e legenda para deficientes visuais e auditivos. O objetivo é mais que interagir com o público, é também promover promover e democratizar o acesso à rica diversidade da produção cênica contemporânea brasileira.

Os ingressos serão distribuídos gratuitamente para o público, nos dias 02, 03 e 04 de junho, em seis pontos da cidade e vão abranger cerca de 120 peças adultas e 30 infantis, que poderão ser vistas durante dez dias: de 03 a 12 de junho.

Para que muitos tenham a chance de participar, cada pessoa poderá retirar um par de ingressos.

PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO: dias 02, 03 e 04 de junho

Das 11h às 14h
Biblioteca Mário Schenberg – Rua Catão, 611 – Lapa
Biblioteca Paulo Setúbal – Av. Renata, 163 – Vila Formosa
Casa Amarela – Praça Floriano Peixoto, 131 – Santo Amaro

Das 14h às 17h
Teatro Municipal – distribuição em frente às Casas Bahia

Das 16h às 19h
CCSP – Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso
SP Escola de Teatro – Av. Rangel Pestana, 2401 – Brás

Mais informações confira no site: www.festadoteatro.com.br

Fonte: Blog da Saúde

Fica a dica! E vale a pena conferir...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Análise Jornalística - Crackolândia (Trabalho Av4 - 6º semestre de Jornalismo)



Foto: divulgação


Teoria do Jornalismo

Profª Luiza Lusvarghi

Tema: Análise do Programa Jornalístico da Rede Globo – Profissão Repórter – Especial Crackolândia

Análise do Objeto

O Programa jornalístico da Rede Globo- Profissão Repórter apresentou dia 16 de novembro matérias investigativas de como convivem os moradores da Cracolândia em São Paulo na região do bairro da Luz.

Os repórteres foram até lá e entrevistaram os usuários de drogas do local e mostraram o sofrimento dessas pessoas vítimas do crack.

As matérias são gravadas de dia e de noite, e no horário noturno é mais fácil abordar os usuários, pois há uma maior concentração deles que vai até a madrugada.

A abordagem dos jornalistas com as pessoas era bem simples, primeiro perguntavam se podiam filma-los, alguns deixaram e outros preferiram não mostrar o rosto, pois alegavam que os familiares os veriam na TV e isso os incomodaria.

Alguns usuários foram audaciosos e já diziam que só dariam a entrevista se o jornalista Caco Barcellos comprasse uma “pedra” pra eles, mas depois de fumar eles esqueciam do combinado e sumiam no meio da multidão.

Nas entrevistas são feitas perguntas comuns: porque estão ali, como foram parar na Cracolândia, onde está a família, como sustentam seu vício, qual o prazer atingido com o uso da droga, se não há vontade de sair dali...e as respostas são sempre bem parecidas: iniciaram o uso por curiosidade, a família não se importa ou já nem existe mais, sustentam seus vícios vendendo sucatas da rua, exceto mulheres que se prostituem, ou também as pessoas que roubam, o prazer que a droga traz são diversos e peculiares para cada pessoa e sair daquele lugar já não é questão de vontade, mas não há mais perspectiva de outra vida a não ser aquela, onde já existem casos de pessoas que já perderam a noção dos anos em que se encontram nessa situação.

  • 1) Objeto – investigar a cobertura feita pelo programa sobre uma das regiões mais conhecidas de São Paulo, o bairro da Luz. A rotina do bairro que está totalmente estigmatizado e concentra um grande número de usuários de crack. Uma triste realidade abordada de modo que choca e mobiliza a todos. Mas há uma certa polêmica sobre as obras que acontecem ao redor do local. O intuito será para amenizar uma situação de caos ou realizar uma higienização humana para liquidar o problema?

2) Objetivos

· Objetivo Geral: investigar a cobertura do programa profissão repórter no caso crackolândia

· Objetivo Especifico: investigar a cobertura sobre a Crackolândia no Programa Profissão Repórter. Averiguar como a cobertura foi abordada na televisão e os rescaldos que surgiram nos meios de comunicação

· 3) Levantamento de conteúdos e análise:

O Profissão Repórter é um programa exibido e transmitido pela Rede Globo semanalmente, às terças-feiras, das 23h25 às 23h55. Originalmente, ele foi criado como um quadro no Fantástico , mas ganhou uma programação fixa na emissora a partir do dia 03 de junho de 2008. O programa é dividido em dois blocos. O jornalista Caco Barcellos junto de uma equipe de jovens e novatos repórteres saem as ruas para mostrar em diversos ângulos fatos que ocorrem no mundo a fora. Os repórteres sempre possuem uma missão ou tarefa a cumprir, a mesma requer realização e abordagem de uma reportagem ao vivo.

Neste ano nos dias 04 de maio e 16 de novembro o programa abordou um tema que requer tamanha atenção e veracidade: a crackolândia. Nos dois programas foi alertado a causa de umas das piores drogras encontradas no mundo e como essa dependência resulta em situações tristes e desesperadoras. Algumas medidas foram tomadas para que região não ficasse ainda mais degradada, como o projeto que a Prefeitura lançou chamado Nova Luz, a fim de promover a requalificação da área.

A cobertura do programa Profissão Repórter conseguiu transmitir ao público de modo objetivo a caótica situação dos dependentes de crack. São mais de 300 pessoas que vivem nos entornos da região a procura ou até mesmo ao contínuo uso da droga. Uma mistura de crianças, adolescentes e até mesmo famílias, todos fazendo uso da droga. Apesar de vários programas terem sido apresentados, a situação permanece na mesma, dia a dia, mês a mês e o intuito de conseguir fazer com que os usuários procurem tratamento médico é trabalhoso e requer paciência. A dificuldade é notória, mas para reverter a situação é muitos mais que promover ações de mobilizações ou abordagens na mídia, e sim um estimulo maior dos órgãos da cidade que possam atrair os usuários a se cuidarem e procurarem a reabilitação.

Apenas atenção com as utilidades públicas, resgate de edifícios e patrimônios históricos não bastam. Precisamos resgatar as políticas públicas e resgatar a identidade dessas pessoas. Muitos aceitam ajuda, já é um grande avanço, mas ainda falta. Muito.

4) Aplicabilidade da teoria e inserção no contexto atual

As teorias escolhidas para a análise do conteúdo são Agenda Setting e Infotenimento.

Agenda setting não pode ser confundida com sensacionalismo, e sim como um assunto que é noticiado com determinada força no ambiente do meio social. Essa teoria significa direcionar o telespectador para um assunto de grande relevância e de interesse coletivo.

O infotenimento, a junção da informação com o entretimento, um exemplo na televisão seria quando um telejornal ou programa do gênero pautam uma celebridade como assunto em destaque.

O objetivo é comparar essas duas teorias aplicadas no programa profissão repórter (crackolândia), saber qual dessas teorias o programa utilizou.

5- Conclusão

Depois de analisar o conteúdo do programa vimos que a teoria que mais se aplica é Agenda Setting, pois o programa usa o tema de forma impactante e de interesse coletivo. Ou seja, assunto pautado pelo programa direciona o telespectador para uma conclusão polemica e de interesse geral.

O programa traz imagens fortes e de conflito, percebemos que o programa traz a teria do agendamento quando o repórter Caco Barcelos diz, “agente esta retomando uma tentativa de fazer mais um programa sobre a historia do crack... é uma historia que esta todo dia decorrente aqui em São Paulo e em todo Brasil ..”,no nosso ponto de vista ele esta querendo dizer que esta inconformado com o descaso das autoridades a respeito desse assunto, pois o programa já teve outras coberturas desde então nada mudou, continua a mesma calamidade.

Percebemos que nesse programa especifico não a o infotenimento, pois o programa mostra somente a realidade que vivemos e não a realidade com a ficção.

Entendemos que o programa causa sensibilidade e reflexão nas pessoas, alguns motivos são as imagens impactantes, depoimentos chocantes e historias reais com pessoas comuns.

No segundo bloco o repórter Caco Barcelos começa com os dependentes fazendo um pagode, mostrando pessoas ”felizes”, logo corta para ele dizendo um texto e um homem acende um cigarro de maconha.

No programa a repórter cita que os trabalhos dos agentes sociais que tentam fazer com que os dependentes químicos aceitem a recuperação, começou em julho do ano passado um mês depois que a primeira matéria do programa foi exibido.

Outra parte interessante é quando o Repórter Caco Barcelos mostra uma senhora respeitada com a sua filha vendendo café no meio da crackolândia, é uma parte que nós telespectadores só conseguimos saber de sobre histórias como essas por meio de matérias e cobertura jornalísticas como o objeto do nosso trabalho.

Concluímos que o programa usa agenda setting por motivos citados acima e que o programa causou um interesse geral em uma cobertura intensa num curto espaço de tempo.

6-Bibliografia

Matérias sobre a Crackolândia

Folha de S. Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/757917-em-sp-apreensao-de-crack-e-maior-longe-da-area-da-cracolandia.shtml

Acesso 02.12.2010

 Portal G1: http://g1.globo.com/platb/programaprofissaoreporter/2009/07/04/a-devastacao-do-crack/ acesso 02.12.2010

 Estado de S. Paulo: http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/cracolandia-terra-sem-lei/ acesso 03.12.2010

 Documentários:

Jornalista do Profissão Repórter realiza depoimento sobre o programa da Crackolândia:

http://g1.globo.com/platb/programaprofissaoreporter/2009/07/04/a-devastacao-do-crack/ acesso 01.12.2010

http://www.youtube.com/watch?v=vWH_J2sDdMk acesso 01.12.2010

Trabalho produzido pelas alunas Ana Carolina Barrichelo, Domenica Venancio Tiburcio e Mayra Araújo Madureira, no 6º semestre de Jornalismo, disciplina Teoria da Comunicação sob orientação da Professora Luiza Lusvarghi.

Central Única das Favelas de São Paulo e a Tripé Brasil juntas na Virada Sustentável



A Virada Sustentável é um grande evento que se estenderá por toda São Paulo levantando temas sobre a sustentabilidade (meio ambiente, economia e social em equilíbrio). No Jogo da Cidadania universitários serão convidados a propor soluções para os temas apontados pelas curadorias participantes.

O desafio proposto pela CUFA e Tripá Brasil aponta para um problema comum a todas as favelas: o descarte irregular de lixo.

Na fase virtual do Jogo da Cidadania através da plataforma www.redesinapse.com universitários e as curadorias trocarão informações sobe os temas propostos. No canal da CUFA / TRIPÉ já podem ser verificados artigos, vídeos e fotos sobre a problemática e sobre soluções que as próprias comunidades desenvolvem.

Arte como agente de sensibilização das populações periféricas será o eixo das ações do dia 04 de junho quando os universitários que apontarem os 10 melhores desafios na fase virtual do jogo, juntamente com as comunidades mobilizadas para o evento (Real Parque, Paraisópolis e Cidade tiradentesalem do próprio Capão Redondo) participarão de oficinas criativas diversas cujos materiais utilizados serão extraído dos próprios pontos de descarte irregular e lixo existentes na comunidade promovendo um grande mutirão de sensibilização para a causa.

As atividades começam às 10h da manhã com oficina de papel reciclado cujos materiais já estão sendo coletados e produzidos por crianças da comunidade em oficinas ao longo da semana de 30 de maio a 03 de junho.

O desafio musical acontecerá na oficina com saco plásticos. Paralelamente para alegrar a festa e informar conteúdos de livros sobre lixo, reciclagem e reaproveitamento de materiais estarão disponíveis em toda a praça enquanto o dj embala as atividades com músicas sobre favela e lixo. Ainda no âmbito das expressões musicais oficina com o grupo Poesia Samba Soul para conscientizar sobre os 3R´s (reduzir, reciclar e reaproveitar).

Na busca de materiais pela comunidade os participantes se reunirão em dois grupos e o núcleo audiovisual da CUFA registrará todo o processo e exibirá o resultado no fim do dia no Cine Clube montado na praça. Ainda ao longo do dia vídeos das atividades serão postados em tempo real nas redes sociais democratizando as atividades realizadas.

O basquete de rua representará o esporte na busca de uma relação mais saudável entre a favela e o lixo. A pelada acontecerá numa cesta improvisada feita com materiais recolhidos no entorno pela comunidade.
O microfone aberto dará voz aos moradores para se expressarem sobre o assunto.
Fechando a noite cineclube com os vídeos produzidos ao longo das atividades e Praçarau – Edição Especial Favela x Lixo entre musicas e poesias informação e sensibilização.

Neste dia de atividades queremos provar que a arte sensibiliza e mobiliza, que o processo criativo colaborativo tem o poder de reação imensurável. Mensurável será o impacto dessas pessoas sensibilizadas. As estatísticas do impacto serão apresentadas no dia através das redes sociais em tempo real.

CUFA e Tripé Brasil estão juntas nesta iniciativa promovendo pontes, encurtando distancias e promovendo cidadania através da arte .
No dia 05 de junho vídeos das atividades e peças de materiais recicláveis e reutilizados serão expostas no Parque do Ibirapuera.



Serviço:


CUFA Capão Redondo e Tripé Brasil na Virada Sustentável

Data: Dia 04 de junho
Local: Praça da Rua Domingos Peixoto da Silva com Estrada de Itapecirica, Cohab Adventista, Capão Redondo – SP

Roteiro de atividades:
10h oficina de reciclagem e papel / Dj Sustentável – musicas sobre lixo e favela / exposições .

11h oficina musical com sacos plásticos e beat box

13h Brigada Cufa de Audiovisual – registro da busca de materiais reutilizáveis pelo Capão Redondo para suprir as oficinas de criatividade

15h Oficinas de Criatividade com material recolhido na comunidade

16h30 – oficina de criação musical – criação musica sobre favela x lixo

17h – microfone aberto

17h30 – basquete de rua com cesta improvisada

18h – Cufa Cine Clube – exibição das imagens das atividades de preparação e do dia da virada.

19h – Praç´Sarau – edição especial Favela-Lixo

22h – encerramento

Data: Dia 05 de junho
Local: Parque do Ibirapuera.

Das 10h as 17h – exposição dos materiais produzidos no Capão Redondo

Sites:

www.viradasustentael.com.br
www.redesinapse.com
www.tripebrasil.com.br
www.cufasp.org.br
comunidade CUFA / TRIPÉ na Virada Sustentável

Fonte:
Patrícia Calassi - CUFA SP

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Você sabe a diferença entre Movimento Popular e Movimento Social?

Então,confira!

O Movimento Popular é uma designação dada por seus próprios militantes, diferente do
conceito de movimento social criado pela sociologia, o movimento popular é fruto das
contradições sociais e econômicas do sistema capitalista, podendo o movimento popular ser
um agrupamento de comunidades carentes que ocupam uma área urbana, como também
ele não pode ser um movimento de classes abastadas que estão defendendo uma pauta
propositiva como os movimentos ambientais e GLS.

Em suma, o Movimento Popular é um sujeito coletivo oriundo das contradições econômicas do
sistema capitalista e em confronto com esse sistema, é um movimento não institucionalizado
e é formado pelas camadas pobres. O Movimento Popular não é um sujeito histórico fruto da
estrutura econômica, mas fruto das condições subjetivas dessa estrutura.

Movimento social é uma expressão técnicamente usada para denominar movimentos feitos
por pessoas sociais e pela sociedade.Um movimento social é como se fosse uma denuncia
de algo que acontece em uma sociedade, e propõe melhorias (reivindicações). A categoria
é ampla e pode congregar, dependendo dos critérios de análise empregados, organizações
voltadas para a promoção de interesses morais, éticos e legais (v.g. entidades voltadas para a
defesa de direitos humanos ou de prerrogativas análogas ou, em outro extremo, a alteração
radical e/ou violenta de ordens e sistemas normativos, políticos ou econômicos vigentes, sob a
égide dos mais variados suportes ideológicos). A realidade dos movimentos sociais é bastante
dinâmica e nem sempre as teorizações têm acompanhado esse dinamismo.

Apesar do movimento social ser fruto de determinados contextos históricos e sociais, duas
definições conceituais clássicas podem ser encontradas no objetivo de acrescer à questão.
A primeira delas é a de controle de ação histórica de Alain Touraine, ou seja, para ele, os
movimentos sociais são a ação conflitante dos agentes das classes sociais (luta de classes).
Já para Manuel Castells, movimentos sociais são sistemas de práticas sociais contraditórias
de acordo com a ordem social urbana/rural, cuja natureza é a de transformar a estrutura do
sistema, seja através de ações revolucionárias ou não, numa correlação classista e em última
instância, o poder estatal.

Segundo Scherer-Warren, pode-se, portanto, concluir que a sociedade civil é a representação
de vários níveis de como os interesses e os valores da cidadania se organizam em cada
sociedade para encaminhamento de suas ações em prol de políticas sociais e públicas,
protestos sociais, manifestações simbólicas e pressões políticas. Num primeiro nível,
encontramos o associativismo local, como as associações civis, os movimentos comunitários
e sujeitos sociais envolvidos com causas sociais ou culturais do cotidiano, ou voltados a essas
bases, como são algumas Organizações Não-Governamentais (ONGs), o terceiro setor. Para
citar apenas alguns exemplos dessas organizações localizadas: núcleos dos movimentos de
sem-terra, sem-teto, piqueteiros, empreendimentos solidários, associações de bairro, etc.
As organizações locais também vêm buscando se organizar nacionalmente e, na medida do
possível, participar de redes transnacionais de movimentos (Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra, Movimento dos Catadores de Lixo, Movimento Indígena, Movimento Negro,
etc.), ou através de articulações inter-organizacionais.

Observa-se que as mobilizações na esfera pública são fruto da articulação de atores dos

movimentos sociais localizados, das ONGs, dos fóruns e redes de redes, mas buscam
transcendê-los por meio de grandes manifestações na praça pública, incluindo a participação
de simpatizantes, com a finalidade de produzir visibilidade através da mídia e efeitos
simbólicos para os próprios manifestantes (no sentido político-pedagógico) e para a sociedade
em geral, como uma forma de pressão política das mais expressivas no espaço público
contemporâneo. Alguns exemplos ilustram essa forma de organização, incluindo vários setores
de participantes: a Marcha Nacional pela Reforma Agrária, de Goiânia a Brasília (maio de
2005), foi organizada por articulações de base como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o
Grito dos Excluídos e o próprio MST e por outras, transnacionais, como a Via Campesina.

A Parada do Orgulho Gay tem aumentado expressivamente a cada ano, desde seu início
em 1995 no Rio de Janeiro, fortalecendo-se através de redes nacionais, como a ABGLT, de
grupos locais e simpatizantes. A Marcha da Reforma Urbana, em Brasília (outubro de 2005),
resultou não só da articulação de organizações de base urbana (Sem Teto e outras), mas
também de uma integração mais ampla com a Plataforma Brasileira de Ação Global contra
a Pobreza. A Marcha Mundial das Mulheres tem sido integrada por organizações civis de
todos os continentes. A Marcha vinculada à III Cúpula dos Povos, em Mar Del Plata (novembro
de 2005), “foi convocada pela Aliança Social Continental, por estudantes, trabalhadores,
artistas, líderes religiosos, representantes das populações indígenas e das mulheres, juristas,
defensores dos direitos humanos, parte desse movimento plural, que, pela terceira vez,
celebra o encontro, após os realizados em Santiago do Chile (1998) e Québec (2001)” A
Marcha Zumbi + 10 desmembrou-se em duas manifestações em Brasília (uma em 16 e outra
em 22 de novembro de 2005), expressando a diversidade de posturas quanto à autonomia em
relação ao Estado.

Em outras palavras, o Movimento Social, em sentido mais amplo, se constitui em torno de
uma identidade ou identificação, da definição de adversários ou opositores e de um projeto ou
programa, num contínuo processo em construção e resulta das múltiplas articulações acima
mencionadas. A idéia de rede de movimento social é, portanto, um conceito de referência que
busca apreender o porvir ou o rumo das ações de movimento, transcendendo as experiências
empíricas, concretas, datadas, localizadas dos sujeitos/atores coletivos.

Do ponto de vista organizacional, inclui várias redes de redes, como por exemplo,
desde a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais
Quilombolas (CONAQ), criada em 1996, até as organizações das comunidades
locais “mocambos”, “quilombos”, “comunidades negras rurais” e “terras de preto”, que
são várias expressões de uma mesma herança cultural e social, e ONGs e associações que
se identificam com a causa. Do ponto de vista da ação movimentalista, apresenta as várias
dimensões definidoras de um movimento social (identidade, adversário e projeto): unem-se
pela força de uma identidade étnica (negra) e de classe (camponeses pobres) – a identidade;
para combater o legado colonialista, o racismo e a expropriação – o adversário; na luta pela
manutenção de um território que vive sob constante ameaça de invasão, ou seja, pelo direito
à terra comunitária herdada – o projeto. Nesse momento, unem-se também ao Movimento
Nacional pela Reforma Agrária na luta pela terra, mas mantendo sua especificidade, isto é,
pela legalização da posse das terras coletivas.

A transversalidade de direitos na luta pela cidadania

O Fórum Social Mundial (FSM) bem como outros fóruns e redes transnacionais de
organizações têm sido espaços privilegiados para a articulação das lutas por direitos humanos
em suas várias dimensões sociais. Assim, através dessas articulações em rede de movimento
observa-se o debate de temas transversais, relacionados a várias faces da exclusão social,
e a demanda de novos direitos. Essa transversalidade na demanda por direitos implica o
alargamento da concepção de direitos humanos e a ampliação da base das mobilizações.

O ativismo nas redes de movimento

Há um outro tipo de ativismo, que se alicerça nos valores da democracia, da solidariedade
e da cooperação e que vem crescendo significativamente nos últimos anos. Por exemplo, o
Movimento de Economia Solidária, que tem suas expressões empíricas nos empreendimentos
populares solidários, no Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) e na Rede de Entidades
Brasileiras de Economia Solidária (REBES), mostrou sua força organizativa no Fórum Social
Mundial de 2005, pelo número de oficinas, experimentos e tendas organizados.

O ativismo de hoje tende a protagonizar um conjunto de ações orientadas aos mais excluídos,
mais discriminados, mais carentes e mais dominados. A nova militância passa por essa nova
forma de ser sujeito/ator.

O empoderamento nos movimentos sociais em rede

Pode-se, enfim, indagar: Nos movimentos sob a forma de redes, as estruturas de poder
se dissolvem? Pressupõe-se, freqüentemente, que, numa organização em rede há uma
distribuição do poder, os centros de poder se democratizam, ou, como há muitos centros (nós/
elos), o poder se redistribui. Isso é parcialmente verdadeiro, porém, mesmo em uma rede há
elos mais fortes (lideranças, mediadores, agentes estratégicos, organizações de referência,
etc.), que detêm maior poder de influência, de direcionamento nas ações, do que outros elos
de conexão da rede. Tais elos são, pois, circuitos relevantes para o empoderamento das redes
de movimento. As redes, assim como qualquer relação social, estão sempre impregnadas
pelo poder, pelo conflito, bem como pelas possibilidades de solidariedade, de reciprocidade
e de compartilhamento. Portanto, o que interessa é saber como se dá o equilíbrio entre essas
tendências antagônicas do social e como possibilitam ou não a autonomia dos sujeitos sociais,
especialmente os mais excluídos e que, freqüentemente, são as denominadas “populações-
alvo” desses mediadores.

Pergunta-se então: Como o trabalho de mediação das ONGs junto aos movimentos de
base local pode ser direcionado ao empoderamento dos sujeitos sociais “socialmente mais
excluídos”, no sentido de não estimular as hierarquias de poder? as seguintes dimensões
sociais merecem estar contempladas para um trabalho de empoderamento democrático e
de inclusão social das bases: o combate à exclusão em suas múltiplas faces e a respectiva
luta por direitos (civis, políticos, socioeconômicos, culturais e ambientais); o reconhecimento
da diversidade dos sujeitos sociais e do respectivo pluralismo das idéias; a promoção da
democracia nos mecanismos de participação no interior das organizações e nos comitês da
esfera pública, criando novas formas de gestão.

Novas formas de gestão na organização em rede

Preparar os sujeitos para se tornarem atores de novas formas de gestão requer a participação
em diversos espaços: mobilizações de base local na esfera pública; empoderamento através

dos fóruns e redes da sociedade civil; participação nos conselhos setoriais de parceria
entre sociedade civil e Estado; e, nos últimos anos, a busca de uma representação ativa nas
conferências nacionais e globais de iniciativa governamental em parcerias com a sociedade
civil organizada.

Nas parcerias entre sociedade civil, Estado e mercado há múltiplas formas de atuação, mas
em termos de participação para a elaboração de políticas públicas, merecem destaque os
conselhos e conferências. Nos conselhos setoriais (popular e/ou paritário) é onde há, pelo
menos teoricamente, um espaço institucional para o encaminhamento de propostas da
sociedade civil para uma nova governança junto à esfera estatal.

A sociedade civil organizada do novo milênio tende a ser uma sociedade de redes
organizacionais, de redes inter-organizacionais e de redes de movimentos e de formação
de parcerias entre as esferas públicas privadas e estatais, criando novos espaços de gestão
com o crescimento da participação cidadã. Essa é a nova utopia do ativismo: mudanças com
engajamento com as causas sociais dos excluídos e discriminados e com defesa da democracia
na diversidade.

Observação: O texto acima é uma compilação de trechos do artigo de Ilse SCHERER-WARREN,
Das Mobilizações às Redes de Movimentos Sociais, Sociedade e Estado, Brasília, v. 21, n.1,
p. 109-130, jan./abr. 2006/2007. Acesso: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
69922006000100007&script=sci_arttext&tlng=pt

Referências bibliográficas

ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. Territórios das comunidades quilombolas no Brasil – segunda
configuração espacial. Brasília: Mapas Editora & Consultoria, 2005.

CASTELLS, Manuel. The information age: economy, society and culture. London: Blackwell
Publishers, 1996. 3 v.

COHEN, J.; ARATO, A. Civil society and political theory. Cambridge: MIT Press, 1992.

MACHADO, Jorge. Ativismo em rede e conexões identitárias: novas perspectivas para os
movimentos sociais. Sociologias, no.18, Porto Alegre, July/Dec. 2007.

SCHERER-WARREN, Ilse. Das Mobilizações às Redes de Movimentos Sociais, Sociedade e
Estado, Brasília, v. 21, n.1, p. 109-130, jan./abr. 2006/2007. NPMS

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Liberdade de Imprensa

Vale a pena ler.

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=601JDB001


Aproveitem.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Política


Agradeço a meu professor José Amaral pelas suas aulas triunfantes.
Confesso não ser fã incondicional, mas tenho olhos abertos e pensamentos evolutivos sobre o assunto.